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Como e por que chegamos ao QUIC e ao HTTP/3

O protocolo HTTP/3 está se tornando uma realidade. Você precisa se inteirar do assunto e conhecer a tecnologia que vai contribuir para a velocidade do seu site.
Escrito Por Leandro Vieira em julho de 2020 /6 min de leitura
Conteúdo escrito por humano
HTTP/3

Você acessou a página deste post através do navegador de internet do seu dispositivo. Notebook, celular ou algum outro.

Fazemos uso do protocolo HTTP a todo momento, e cada vez mais temos mais dispositivos conectados.

A troca de informações está cada vez mais exponencial. Se antes tínhamos essa troca em textos, agora são elementos de mídia como vídeos, áudios e games.

E como pano de fundo temos o uso massivo dos dispositivos móveis, e infelizmente através de uma realidade de velocidade de internet questionável.

Duas questões extremamente relevantes nesse consumo de conteúdo, são velocidade e segurança. E conseguimos isso através de tecnologias, que em muitas das vezes, são invisíveis em nosso dia a dia ou desconhecidas por muitos usuários.

As tecnologias estão avançando muito rapidamente, mas muitos negócios não estão dando conta de acompanhar.

Dois exemplos claros. Ainda vejo muitos sites sem HTTPS, e consequentemente não estão utilizando o HTTP/2. Ou seja, estão menos seguros e perdendo velocidade.

Hoje, já estamos falando sobre HTTP/3.

Sim HTTP/3, e provavelmente a sua hospedagem está te entregando a versão HTTP 1.1. Assim como muitas ainda fazem uso de versões defasadas, lentas e inseguras do PHP.

HTTP/3

Os protocolos que nos garantem segurança e velocidade

Para compreendermos o HTTP/3, se faz necessário ter uma noção básica de vários outros protocolos.

Uma verdadeira sopa de letrinhas, mas vou simplificar para você degustar com mais facilidade.

As siglas são as seguintes.

  • HTTP
  • TLS
  • HTTPS
  • HTTP/2
  • TCP
  • UDP
  • QUIC
  • HTTP/3

Sobre o HTTP, HTTP/2, TLS e HTTPS

O protocolo HTTP é um mecanismo utilizado pelos navegadores de internet para requisitarem informações ao servidor web e exibir páginas na tela do dispositivo em uso.

Você também pode o compreender como “um conjunto de regras que definem como a informação será transferida de um computador para o outro”.

Um desses computadores seria o servidor onde a página está hospedada. O outro seria o computador, ou celular, utilizado pelo usuário para acessar o endereço.

Embora comumente falamos certificados SSL (Secure Sockets Layer), a evolução também chegou ao seu nome e agora o chamamos de certificados TLS (Transport Layer Security). E muitas das vezes ele é citado como TLS/SSL.

Além disso, temos variados tipos de certificados de segurança.

O protocolo HTTPS é o HTTP combinado com TLS. O “S” vem de Security.

Já o HTTP/2 é versão 2.0 do protocolo HTTP. Antes dessa versão, tivemos outras. E cada uma delas teve uma contribuição específica.

A versão 0.9 pode ser considerada o nascimento; enquanto a 1.0 foi uma resposta ao rápido crescimento; já a a versão 1.1 se tornou o padrão da internet e o HTTP/2 foi uma resposta ao IoT (Internet of Things).

Sobre TCP e UDP

Nas abordagens acima, ficou claro que o HTTP, independente da versão, é quem envia as informações. E por trás disso, temos um sistema que gerencia todo esse funcionamento de tráfego de dados.

Esse gestor pode ser o TCP (Transmission Control Protocol) ou UDP (User Datagram Protocol). A garantia de segurança e velocidade está relacionada a esses dois softwares.

O TCP tem a vantagem da segurança. Ele garante que os pacotes de dados não se percam no caminho entre servidor e dispositivo do usuário. Somado ao TLS, a combinação é perfeita para o quesito segurança.

Mas esse método, prejudica a velocidade. E nesse quesito o UDP seria o mais recomendado, dado que ele ignora o processo de verificação de integridade dos pacotes de dados de informação trafegadas.

Perceba, que com essas tecnologias é impossível alinhar velocidade com segurança. E precisamos das duas coisas, e por isso surgiu o QUIC e o HTTP/3.

Sobre o QUIC e HTTP/3

O QUIC (Quick UDP Internet Protocol) foi desenvolvido pela Google para conseguir alinhar segurança e velocidade nas conexões HTTP.

É a união entre o melhor do TCP, que é a segurança; com o melhor do UDP, que é a velocidade. Mesmo em conexões envolvendo o TLS.

Observe a imagem abaixo para compreender as checagem dos pacotes de dados que o TCP realizada, e observe também como será com o QUIC.

Diagrama explicativo sobre o TCP, TPC + TLS e o QUIC / HTTP/3

O tempo médio que o protocolo HTTP leva para se conectar a um servidor é de 100 ms.

Quando o protocolo de segurança, TLS, está envolvido esse tempo salta de 200 ms a 300 ms.

O tempo médio maior acontece quando a conexão do dispositivo ao servidor está sendo realizada pela primeira vez. Quando essa conexão se repete o tempo médio é menor.

Quando observemos o QUIC, percebemos que a conexão é instantânea para conexão repetida. E de 100 ms para novas conexões, mesmo com o uso do TLS.

Como se certificar que o protocolo HTTP/3 está em uso

Existe uma extensão para o Google Chrome que nos informa o protocolo em uso no site visitado.

Nos sites da Google, percebemos a tecnologia em uso. E isso explica a percepção de velocidade em seus sites.

A extensão também demonstra o HTTP/2 em uso. E essa versão é o mínimo que você deve exigir da sua hospedagem.

No WP Host, a hospedagem para WordPress da Apiki, já temos usado a segunda versão do protocolo HTTP a anos. Você deve exigir isso também da sua hospedagem.

Nas imagens abaixo, podemos observar a sinalização que a extensão exibe para as versões do HTTP 1.1, HTTP/2 e HTTP/3, respectivamente.

Exemplo do HTTP 1.1 em uso
Exemplo do HTTP/2 em uso.
Exemplo do HTTP/3 em uso.

A questão atual é que “nenhum” navegador de internet tem suporte ao QUIC, como é conhecido o protocolo HTTP/3.

No entanto, é possível habilitar esse suporte no Firefox e Chrome. Portanto, muito em breve teremos novidades a respeito.

Através do site Can I use temos esse suporte detalhado por navegador e suas respectivas versões.

Detalhamento de suporte do protocolo HTTP/3 nos navegadores de internet e suas respectivas versões.

Conclusão

A explosão de conteúdos multimídia está em alta. Bem como o volume desse tipo de conteúdo.

A maioria desses conteúdos são consumidos através dos dispositivos móveis.

No Brasil temos uma internet historicamente lenta e instável.

E para ajudar, o Google PageSpeed vem mudando suas regras para analisar e pontuar os sites em relação a sua velocidade e performance.

Não é possível garantir uma boa pontuação somente com a aplicação de variadas técnicas nos sites. Sejam eles WordPress, ou não.

Precisamos considerar o protocolo em uso, a stack do servidor, a stack do site em WordPress e o conteúdo utilizado.

Portanto, fazer uso das versões mais recentes do protocolo HTTP é garantir uma aliança perfeita entre segurança e velocidade.

Seus usuários ganham, e o seu negócio também.

Leandro Vieira

Uma das grandes referências de WordPress no Brasil, entusiasta e evangelista da plataforma. Fundador e CEO da Apiki, empresa especializada no desenvolvimento web com WordPress.
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  1. Nelson Lima
    O Google está usando e percebemos a velocidade, mas depois vc disse q não browser compatível. Então não ficou claro como a gente percebe a melhoria de velocidade se não estamos usando.
    1. Leandro Vieira
      Nelson, o protocolo está em baixa escala de uso. Vem avançando, e o Google está por trás usando em seus produtos e difundindo o uso. Fique de olho ;)
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