O SEO está em constante em evolução, e a próxima que será bem significativa será através do Speakable.
A era de otimização de palavras-chave já ficou para trás.
O cenário atual é ser relevante para as intenções de buscas dos usuários.
A próxima onda, será ser facilmente lido pelos assistente de voz.
Me refiro a Alexa, Siri, Cortana e Google Assistant.
Conteúdos factuais neste momento já são indexados e lidos por esses dispositivos.
Embora a participação de mercado no Brasil desse tipo de busca seja baixa, nos Estados Unidos é bastante considerável.
Portanto, o aumento por aqui será questão de poucos anos.
Para te ilustrar o cenário, e chamar sua atenção para o Speakable observe esses dados.
Precisamos ficar atentos com algumas dessas informações.
Embora somente um terço da população americana faz uso da busca por voz, 71% dos consumidores preferem pesquisar falando do que digitando.
Além disso, 51% dos compradores on-line pedem ajuda aos assistente de voz em seus processos de compra.
Voltando, ao início deste artigo, sobre as fases de otimização que mencionei: palavra-chave, intenção e voz, imagina a combinação de intenção de busca com pesquisas por voz.
A Apple também está trabalhando silenciosamente em seu mecanismo de busca para competir com o Google.
Ou você acha que com a crescente em volta de Speakable, o tráfego da Siri através do Watch, iPhone, iPad, Mac serão todos enviados para a Google?
Google e Schema.org
O maior buscador da atualidade, vem trabalhando em conjunto com a Schema.org para definirem o Speakable.
Sabemos que através dos dados estruturais os bots conseguem interpretar melhor as informações das páginas.
E com os assistentes de voz não seria diferente.
Dados estruturados permite ao Google compreender as informações da sua página e estruturar sua exibição na SERP de acordo com o tipo de conteúdo.
O buscador recomenda o uso de JSON-LD para dados estruturados.
Este formato é baseado em JSON. O LD vem de Linking Data.
Os códigos JSON-LD são incorporados no head ou body da página e englobado pela tag script.
Speakable markup
A marcação para implementar o Speakable ajudará o bot a responder aos usuários quando esses perguntarem sobre assuntos e notícias específicas.
Leitores de tela são largamente utilizados para auxiliar deficientes visuais.
O Google TTS (Text-to-Speech) também é um leitor de tela.
Esse mecanismo foi desenvolvido pela empresa para ser usado no Android. Bem como ajudar aplicações a lerem em voz alta o texto na tela, o suporte acontece em vários idiomas.
O TTS também é utilizado no Google Play Books e Google Translate por exemplo. E assim fazer leitura de livros em voz alta, e as traduções fornecidas.
Como implementar o Speakable
Através de JSON-LD e xPath temos a combinação necessária.
O xPath é utilizado como seletor da tag que contém o texto a ser lido.
Já o JSON-LD é o formato para estruturar os dados.
Lembrando que Speakable, nada mais é, do que dados estruturados para assistente de voz.
Observe o código e as explicações em seguida.
<html>
<head>
<title>Speakable markup example</title>
<meta name="description" content="This page is all about the quick brown fox" />
<script type="application/ld+json">
{
"@context": "https://schema.org/",
"@type": "WebPage",
"name": "Quick Brown Fox",
"speakable":
{
"@type": "SpeakableSpecification",
"xpath": [
"/html/head/title",
"/html/head/meta[@name='description']/@content"
]
},
"url": "http://www.quickbrownfox_example.com/quick-brown-fox"
}
</script>
</head>
<body>
</body>
</html>
Nas linhas 3 e 4 temos o conteúdo a ser lido. Eles estão englobados pelas tags Title e Meta.
Da linha 10 à 17 a estruturação do Speakble. Onde o tipo é definido e o seletor xPath usado para navegar no documento e chegar as tags que contém o conteúdo desejado.
A implementação é simples, e através de plugins WordPress como o Yoast o trabalho fica ainda mais facilitado.
As melhores práticas de implementação
Embora a implementação seja simples, é muito importante seguir e considerar as melhores práticas.
Listo as principais para você manter no seu radar.
- Usar a marcação Speakable para conteúdo que faça sentido para leitor de tela como texto, logo evite elementos visuais;
- Faça uso para sentenças curtas, e não para o artigo inteiro;
- Embora não tenha um limite de caracteres na especificação, o intuito é resumir os pontos chaves do texto;
- O Google recomenda que o texto Speakable leve de 20 a 30 segundos, isso corresponde a duas ou três sentenças.
- Você pode usar a marcação para várias sentenças ao longo do texto.
Como otimizar conteúdo para a busca por voz
A principal dica é não otimizar seu conteúdo para o Google, e sim para os usuários.
É preciso ser natural, ter o tom de uma conversa.
Já passamos da era de focar em palavras-chave, e isso ajuda bastante.
Quando focamos na intenção de busca, escrevemos para responder as dúvidas e não entupir um texto com palavras-chave.
Aplicar as regras de Readability é extremamente importante.
Escrever conteúdo com essa técnica te conduz a escrever sentenças curtas, e manter o texto com fácil leitura.
E claro, fazer uso de dados estruturados, identificando as sentenças relevantes para serem aplicados o TTS através do Speakable.
Conclusão
Eu tive o primeiro contato com Speakable após um cliente norte-americano fazer a seguinte solicitação: eu preciso do site otimizado para a Alexa.
A primeira que imaginei, e a qual eu já tinha conhecimento, foi a técnica de Readability.
Com pesquisas, estudos e participação no projeto O Básico é Avançado fui apresentado ao Speakable.
A partir disso, conseguir orientar melhor meu time para a tal otimização para a Alexa, ou seja, os assistente de voz.
Bem como tenho estudado mais esse mercado, e observado as mudanças das bic techs nesse sentido.
Toda mudança gera ameaça e oportunidades.
Speakable SEO é uma delas.
Mas está claro que os mecanismos de busca estão se moldando para serem verdadeiros assistente dos usuários, do que uma simples SERP como conhecemos hoje.
Isso me faz lembrar do conceito e estratégia de API First que escrevi a respeito.
Uma estratégia de API First significa que ela será a primeira, e talvez a única, interface da sua aplicação.
A forma como seu produto vai expor as funcionalidades e possibilidades, será através de requisições aos endpoints do seu serviço de API.
É pensar além da interface gráfica e concentrar os esforços iniciais em como o consumo dos dados serão realizados.
Leandrinho Vieira, março de 2019
Quando falamos de Speakble não importará a interface gráfica, e sim o retorno: a leitura em voz alta.
Google, Apple, Microsoft, Amazon estão trabalhando fortemente em suas APIs de busca por voz, e em paralelo em interfaces e dispositivos.
Esse jogo está interessante, e cada vez mais o conteúdo relevante é quem ajudará as empresas a serem relevantes.