Projetos que contemplam suas URLs para mobile com “m.” são sempre desafiadores em diversos aspectos. Estruturas assim, acabam refletindo em dois websites: um para mobile e outro para desktop.
Eu sou totalmente contra a esse tipo de abordagem e tenho minhas razões para isso, as quais defenderei neste post. No entanto, reconheço que há situações que faz sentido o uso do “m.”. Logo, o melhor cenário é conhecer bem os desafios e fazer sua escolha consciente.
No Brasil temos uma realidade crescente e muito significativa sobre mobile. Durante os dias de semana e em horário comercial, os websites são bem acessados através de desktops pelas pessoas em seus trabalhos.
Os mesmos sites acessados no trabalho através do desktop, são também acessados no mobile em outras situações e horários. Faz muito sentido manter um mesmo website, os mesmos recursos e deixar os usuários confortáveis onde quer que estejam.
Os desafios de usar URLs com “m.” para mobile
Os desafios de usar URLs com “m.” para mobile também podem ser entendidos como “quando você NÃO deve usar URLs com ‘m.’ para mobile”.
Design Responsivo/Mobile First
Todo projeto digital deve ser pensado primeiramente para mobile. Por isso que a implementação do design responsivo é essencial para atender os variados dispositivos e tamanhos de telas.
Inclusive o desenvolvimento web é mais fácil e rápido quando codificado primeiro para mobile e depois desktop. É preciso inverter a ordem que sempre utilizamos.
Se a versão desktop aproveitará toda a estrutura desenvolvida para o mobile não há necessidade de termos uma URL diferente. A mesma é considerada por qualquer dispositivo e as declarações CSS se encarregam de ajustar os elementos na tela.
Há três tipos de websites para dispositivos móveis. A preferência do Google é para com o Web Design Responsivo. Com esse tipo você mantém um único site, uma única gestão de conteúdo, um único URL, o mesmo HTML para todos os dispositivos: computadores, tablets, celulares, leitores de tela e qualquer outra coisa.
Em alguns projetos digitais, o Google chega a ser responsável por 90% do tráfego gerado para o website. Se ele é também importante para o seu negócio digital e prefere uma versão responsiva com uma única URL, por que você implementará uma URL com “m.” para o mobile?
O Google mantém um bot específico para mobile. Um robô avançado tecnologicamente, que consegue processar os recursos mais modernos e analisar a experiência do usuário.
Esse bot acessará a versão responsiva do seu website. Analisará a performance, o tempo de carregamento, implementações como o AMP e centenas de outras variáveis que ele considera, para a formação do índice que resulta na SERP do buscador.
E-mail marketing
E-mail marketing é uma excelente e necessária ferramenta para engajamento e conversão. Toda peça de marketing desenvolvida tem sua própria URL.
As ferramentas atuais seguem o conceito de uma única URL com implementação responsiva, ao contrário de uma versão “m.” para o mobile.
Se o seu projeto foi desenvolvido com uma estrutura de URL que usa “m.” é preciso ter um e-mail marketing com condicionais de conteúdo para trocar a URL das call-to-actions, de acordo com o dispositivo em uso.
É claro que sua aplicação pode analisar o user-agent e fazer o redirecionamento para a URL correta, no entanto, é um processamento a mais, redirecionamento e tempo a mais e como bem sabemos, a qualidade da internet móvel no Brasil não é lá essas coisas.
Social Mídia
Compartilhamos rotineiramente conteúdos nas diversas plataformas sociais. Uma vez compartilhada a URL nas redes sociais ela é “eternizada” e impactará milhares de pessoas baseadas nas suas conexões.
Se você está com um dispositivo móvel, acessando uma URL com “m.” e a compartilha, o que acontecerá com os usuários impactados quando eles estiverem no desktop? Eles terão uma experiência ruim, com uma interface desconjuntada para sua tela grande.
Gestão de conteúdo
Quando você utiliza uma implementação responsiva e não uma estrutura de URL com “m.”, você mantém uma única equipe de conteúdo / produzirá o conteúdo uma única vez.
Assim como aplicamos a lógica de desenvolver primeiramente para o mobile e adaptar a estrutura para o desktop, o mesmo se aplica ao conteúdo.
Infraestrutura e subdomínio
Estruturas de projetos digitais com o uso de URLs com “m.” requerem o uso de subdomínio e maior necessidade de gestão de infraestrutura.
É uma variável a mais a ser considerada em tudo que se faz. É preciso ter processos bem consistentes para garantir a análise, evolução e monitoramento dos dois sites do mesmo projeto.
SEO e redirecionamentos
Se o Google é responsável por boa parte do seu tráfego, estudos de SEO devem ser prioridades. Ou a contratação de empresas e/ou pessoas especializadas precisa estar no seu planejamento.
Projetos com estrutura de URLs “m.” precisam se atentar ao correto redirecionamento dos endereços. O uso correto da tag canonical é essencial para evitar conteúdos duplicados.
Outro grande desafio é a dispersão de links, já que cada página terá dois, para o ganho de autoridade e rankeamento.
Conclusão
Projetos responsivos com uma única URL são mais fáceis de manter. É a preferência do Google.
Estruturas digitais que usam URLs com “m.” lhes trarão desafios de infraestrutura, SEO, redirecionamentos, na presença social, com a gestão de conteúdo e com e-mail marketing.
Agora me conta. Você já teve experiência com projetos digitais com estruturas de URLs usando “m.”?